EDUCAFRO e o coronavirus
Considerando que os(as) alunos(as) da EDUCAFRO chegam às aulas e eventos por meio de ônibus e metrôs super lotados, podendo pegar e transmitir o vírus nos eventos e salas, a EDUCAFRO amplia a *suspensão de todos os seus eventos e aulas, até vir autorização de reabertura por parte das autoridades.
Isso em todas as suas unidades e regionais.
Os professores apresentam e recebem os trabalhos e estudos, on-line.
O atendimento individual, online ou por telefone continua normalmente, das 10 às 18 horas.
Diretor Executivo
Frei David Santos OFM
BAYER OFERECE À EDUCAFRO 110 VAGAS COM INICIAL DE R$1.700,00 + BENEFÍCIOS
Entre lá e se escreva!
Sobre o Programa:
- Vagas: ao todo temos 110 oportunidades, localizadas em diferentes cidades. Os candidatos podem buscar as vagas (níveis superior e técnico) que lhe interessam através das inscrições no site: http://sejaofuturo.ciadetalentos.com.br/ As inscrições estarão abertas até 15/04.
- Perfil: Para o desenvolvimento do programa de estágio buscamos estudantes cursando a partir do 2º ano da graduação superior, e para cursos técnicos estudantes que tenham vinculo com o colégio técnico que possibilite a assinatura do estágio por 2 anos (as vagas técnicas estão localizadas em Camaçari – BA, São José dos Campos – SP, e Belford Roxo – RJ).
- Disponibilidade para estagiar 30h a 40h semanais (dependendo da vaga)
- Bolsa auxilio e Benefícios: as bolsas variam de acordo com a vaga (técnica, agro ou corporativa). Para SP, o maior volume são para vagas corporativas cuja bolsa é de R$ 1.700,00 e os benefícios oferecidos são: assistência médica e odontológica, seguro de vida, vale transporte, refeitório, desconto em produtos Bayer, Gympass, programa conte comigo e horário flexível. Os candidatos serão informados de forma detalhada no contato com a Cia de Talentos, de acordo com a posição que estiverem considerando.
COVID-19 E O TRABALHO DOMÉSTICO NA PANDEMIA
As letras da música “A Carne”, eternizadas na voz de Elza Soares, retratam um Brasil que até os dias atuais trata o corpo negro como mercadoria. Quando a cantora diz: “a carne mais barata é a carne negra” denuncia a desumanização de pessoas negras que chegam a ser confundidas como objetos de pouco valor, aos quais ocupam majoritariamente os espaços de invisibilidade, opressão e violência. Ao ser objetificado, o corpo negro é visto consequentemente como propriedade da classe média, filha do passado escravocrata. Os escravizados da casa grande de ontem são os agregados dos lares de hoje: a empregada doméstica, o jardineiro, o porteiro, o motorista etc - categorias marcadas pela cor preta ou parda e pelos laços de servilidade que as acompanham. Nesse contexto, a recente morte de Ana Maria Gonçalves moradora de Miguel Pereira -RJ, empregada doméstica, vítima do COVID-19, evidencia a mesma problemática narrada por Elza Soares: o genocídio de corpos sem valor.
Ao retornar recentemente da Itália, país com maior número de mortes causadas pelo coronavírus, a empregadora sabia que havia possibilidade de estar infectada pelo COVID-19. A despeito disso, não dispensou Ana Maria Gonçalves de seu isolamento. Alguns dias depois, a empregada doméstica morre devido a contaminação pela patroa. Afinal, assim como no tempo colonial: se morrer, compra outro (a). A vítima da negligência às normas sanitárias de isolamento pela empregadora não era vista como ser humano, mas como propriedade. Foi vítima também desumanização histórica de profissionais do lar. Esse caso, se repete no Brasil afora como destacam as notícias sobre contaminação comunitária.
Em contraponto à história brasileira, no restante da América, escravos eram acessíveis apenas à elite real, aos grandes latifundiários, aos membros da corte ou aos donos de grandes negócios - não a uma pequena classe média. Em vista disso, na Argentina a regulamentação do trabalho doméstico se deu em 1972, muitos anos antes do Brasil instituir a Lei Complementar 150 de junho de 2015, que assegura novos direitos aos trabalhadores da categoria. A regulação deste trabalho nos EUA, garante que o salário mínimo de um profissional doméstico seja 20% superior ao mínimo de US$ 7,50 a hora. Último país a regulamentar a profissão de empregado doméstico, o Brasil está longe de garantir dignidade à categoria dado que dos 6 milhões de profissionais, 4 milhões aproximadamente trabalham na informalidade, segundo dados recentes do IBGE.
Base da pirâmide social, as mulheres negras são a maioria que compõe essa estatística e são, portanto, as mais vulneráveis nesta crise sanitária. Neste sentido, sob a ótica da ”cordialidade" da família classe média brasileira, descrita e sintetizada por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, destaca-se a passivo-agressividade travestida de bondade: ao mesmo tempo que ela diz considerar, especialmente essas mulheres, como "parte da família", não lhes concede direitos expressos na lei. Apesar de parecer contraditório, condiz perfeitamente com os resquícios da escravidão: qual outro profissional é considerado da família pelo empregador? A ideia de família serve para retirar o caráter impessoal do trabalho sucumbindo o profissionalismo da atividade pela não garantia de direitos básicos.
Combinado a tal cenário, a crise econômica que atingiu o Brasil de 2015 a 2017, agravou a precarização do trabalho desses profissionais uma vez que neste período aflora o fenômeno de uberização da economia, o qual dar maior espaço às atividades desreguladas pela CLT. Trabalhos análogos è escravidão também se torna mais frequente no noticiário - vale relembrar da trabalhadora doméstica que, desempregada e há três dias sem comer, oferece faxina em troca comida.
Retomando a música da Elza que retrata o Brasil de sempre: racista e genocida com a população negra e pobre (“A carne mais barata do mercado é a carne negra; Só-só cego não vê; Que vai de graça pro presídio; E para debaixo do plástico ; E vai de graça pro subemprego; E pros hospitais...."), não podemos esquecer do trecho que ela canta ser necessário continuarmos lutando, brigando - “[...] brigar sutilmente por respeito/ brigar bravamente por respeito/ brigar por justiça”. Com isso é importante, especialmente nesta crise, a negritude reforçar sua humanidade e brigar pelo direito de não morrer vítima de uma doença altamente contagiosa por parte negligência de setores da sociedade que não enxergam valor em corpos negros.
Andreza da Silva Pereira da Conceição é Graduanda em Economia na FEA USP, e membro do Coletivo Carolina Maria de Jesus da FEA USP
Paulo Victor Bento Honorio é Graduando em Administração na FEA USP, e Voluntário no setor de Políticas Públicas da Educafro.
EDUCAFRO e o Coronavirus | Suspensão das Atividades
EDUCAFRO e o coronavirus
Considerando que os(as) alunos(as) da EDUCAFRO chegam às aulas e eventos por meio de ônibus e metrôs super lotados, podendo pegar e transmitir o vírus nos eventos e salas, a EDUCAFRO amplia a suspensão de todos os seus eventos e aulas, até 27/03/2020
Isso em todas as suas unidades e regionais.
Os professores apresentam e recebem os trabalhos e estudos. Corrigem e devolvem as correções. Tudo on-line.
O atendimento individual, presencial, online ou por telefone continua normalmente, das 10 às 20 horas.
Os que não dependem de transporte estão vindo normalmente.
Diretor Executivo
Frei David Santos OFM
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura
A EDUCAFRO parabeniza o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, pela fortes denúncias trazidas por esse relatório.
A reação dos hospitais psiquiátricos particulares não irá intimidar nosso Comitê.
Após ler, repasse esse relatório para a sua rede.
Versão revisada do Relatório de Inspeção Nacional em Hospitais Psiquiátricos e acesso aos Relatórios Estaduais
A 2ª edição do Relatório Nacional da Inspeção em Hospitais Psiquiátricos já encontra-se disponível no site do MNPCT. Este relatório é resultado da Inspeção Nacional, realizada em dezembro de 2018, em 40 Hospitais Psiquiátricos, localizados em dezessete estados, nas cinco regiões do país. Tratou-se de uma ação interinstitucional organizada pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Para a operacionalização da Inspeção Nacional foram criadas, no âmbito dos Estados, coordenações compostas pelos Conselhos Regionais de Psicologia (CRP), Ministérios Públicos Estaduais (MPE) e Procuradorias Regionais do Trabalho (PRT) locais, órgãos autônomos que, para compor as equipes de visita, contaram com representantes de conselhos de classe, do sistema de justiça, de organizações e segmentos da sociedade civil, de órgãos de prevenção e combate à tortura, além de universidades e órgãos das secretarias de saúde.
As distintas coordenações estaduais foram responsáveis pelas visitas aos estabelecimentos psiquiátricos e pela construção e validação dos relatórios estaduais, sobre os quais o presente Relatório Nacional se debruçou para analisar e debater as principais violações de direitos encontradas, à luz de tratados, legislações e normativas nacionais e internacionais. O relatório de cada hospital psiquiátrico inspecionado foi assinado, preferencialmente, por integrantes das Coordenações Estaduais, resguardando as especificidades regionais e a autonomia dos órgãos. Os relatórios estaduais de cada uma das instituições psiquiátricas produzidos pelas equipes locais de inspeção também encontram-se disponíveis aqui no site do MNPCT.
A síntese apresentada neste Relatório pretende trazer à tona um panorama da situação atual dos hospitais psiquiátricos que prestam serviços para o Sistema Único de Saúde (SUS). A amostra de serviços visitados, corresponde a aproximadamente um terço do total dos hospitais psiquiátricos com leitos públicos, em funcionamento. Trata-se de uma visão abrangente, construída a partir da perspectiva interinstitucional, base dessa ação nacional, sem perder de vista as especificidades de cada uma das instituições partícipes desse processo.
Postado originalmente em: https://mnpctbrasil.wordpress.com/2020/03/02/versao-revisada-do-relatorio-de-inspecao-nacional-em-hospitais-psiquiatricos/